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Cortesia do professor Leonardo Coimbra...

E juro que, na minha vida de leitor, nunca senti maior choque, como naquela manhãzinha no parque de entrada para a aula do sétimo ano do Liceu de Gil Vicente, quando li, pela primeira vez, uma das edições do Sempre (Teixeira de Pascoaes emendava, emendava, emendava sem descanso), impresso com palavras fantasmáticas que me abriram as portas da manhã para outra visão do mundo e da Arte.
Mal acabei de lê-lo senti que nascia um deus novo não sei onde.

José Gomes Ferreira ― O Barbeiro de Má-Morte

Lisboa, nas Oficinas Gráficas da Editorial Dois Continentes. [S/d]. In-8º de 48 págs. Br.

Primeira edição autónoma de um escrito originalmente publicado na colectânea O Mundo dos Outros e aqui dado a lume na «Colecção Novela». Capa ilustrada por Paulo Guilherme.
 
Bom exemplar.
 
14€

Foi você que pediu uma chuva Ferreira?


Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
                                                                         ouvir um violino
                                                                         até na lama.

(José Gomes Ferreira)



Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.
Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente
do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião
de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.                                        
 

                                                                                         (Vergílio Ferreira)



[Claro que estas coisas - poemas, poetas, proclamações, aparências - podem iludir muito. Jurar-se-ia que José era muito mais dado a molhas do que Vergílio. Mas enfim...]

Vergílio Ferreira ― Onde Tudo Foi Morrendo (romance)

Coimbra Editora, L.da – 1944. In-8º de [6], 436, [2] págs. Br.

Publicada na série «Novos Prosadores», foi esta a primeira edição do segundo romance do autor, ilustrada na capa pela mulher, Regina Kasprzykowski (o livro é-lhe dedicado), e hoje, a par da talvez ainda mais rara edição original do primeiro – O Caminho Fica Longe –, a mais valorizada de toda a sua longa bibliografia principal.
 
Exemplar revestido de boa encadernação em cores toantes com a lombada em pele singelamente gravada a ouro (autor e título); conservando a frente da referida capa de brochura.
 
200€ (indisponível)  

Vergílio Ferreira ― Aparição (romance)

Portugália Editora. [S/d – 1959]. In-8º de 254, [6] págs. Br.
 
Edição original da peça magna do autor, oitavo título publicado na colecção «Contemporânea» da Portugália, com capa de Charrua. “Romance profundamente actual, reflectindo as contradições do mundo contemporâneo, a crise em que todos, à sua moda, procuram salvar-se – Aparição possui ainda o extraordinário encanto dum estilo cheio de poesia. A maturidade de romancista, que Vergílio Ferreira atingira nas suas duas anteriores obras, evidencia-se agora de maneira completa”.
 
Exemplar que provavelmente pertenceu a José Cardoso Pires, de quem parece a assinatura à época.
 
75€

Vergílio Ferreira ― Aparição (romance / 2.ª edição)

Portugália Editora, Lisboa. (1960). In-8º de 269, [3] págs. Br.
 
Em vez da de Charrua, teve esta edição capa de Sebastião Rodrigues, com pelo menos duas variantes: uma com mais e outra com menos contraste nas cores (dispomos de um exemplar de cada uma). Sublinhando-lhe o existencialismo, aqui na dose máxima, escrevia Luís Mourão acerca do livro que “Toda a força de Aparição, aquela que ainda hoje encontramos quando levantamos o véu conceptual que recobre o romance, advém do reconhecimento, só possível através da mediação estética, de que estamos sempre em excesso perante nós próprios”. Ou não.
 
23€

Vergílio Ferreira ― Alegria Breve (romance)

Portugália Editora. (1965). In-8º de 275, [5] págs. Br.

Primeira edição de um dos títulos mais celebrados de Vergílio Ferreira, que “dir-se-ia apontar a um balanço de toda a obra do escritor ou ao que poderíamos chamar o seu «romance-suma»” (da nota editorial).

Exemplar globalmente bem cuidado, mas com algum desgaste da capa e uma assinatura de propriedade na folha preliminar.
 
20€  

Vergílio Ferreira — Alegria Breve

Alegria Breve (romance / com o prefácio da edição francesa por Robert Bréchon)

Arcádia (1973). In-8º de 334, [4] págs. Enc.

No seu altamente encomiástico prefácio dizia Bréchon deste livro “em que todos os recursos da técnica romanesca, a mais apurada e a mais ousada, se harmonizam admiravelmente com a grandeza trágica do assunto e dos temas, e para o qual eu não conheço um equivalente exacto em qualquer literatura” estar ainda acima de Aparição, constituindo o ponto alto da carreira do escritor beirão.

Exemplar da série encadernada pelo editor em tela com sobrecapa em papel.
(Defeito: assinatura de propriedade na folha de rosto)
 
12€

Vergílio Ferreira ― Apenas Homens (e outros contos)

Editorial Inova Limitada. (1972). In-8º de 97, [7] págs. Br.
 
Primeira edição, publicada na série «duas horas de leitura» e ilustrada na capa por um retrato mais antigo do autor, de quem é reproduzida a bibliografia numa das abas.
 
Bom exemplar.
 
15€

Vergílio Ferreira — signo sinal (romance)

Livraria Bertrand. (1979). In-8º de 241, [3] págs. Br.

Signo sinal  alimenta-se de uma fascinação: a fascinação pela ordem imemorial que rege a vida da aldeia, essa ‘harmonia obscura e profunda dos seres e das coisas’. As mais belas páginas deste romance são aquelas onde vem repousar a imagem intemporal dessa existência perdida: ‘Procuram no sítio das casas a memória do que lá ficou, dos deuses e da sua ordem com que se organizava a vida e ela tinha sentido e era verdade, da tranquilidade do sono à noite quando o dia se cumprira.’ (Eduardo Prado Coelho)

Primeira edição.

Exemplar em muito bom estado, sem defeitos significativos a apontar.

15€

Vergílio Ferreira: Cinquenta Anos de Vida Literária

Vergílio Ferreira: Cinquenta Anos de Vida Literária / Actas do Colóquio Interdisciplinar Organizado pela Faculdade de Letras do Porto na Fundação Eng. António de Almeida / 28, 29 e 30 de Janeiro de 1993 / Organização e Coordenação: Fernanda Irene Fonseca, com a colaboração de Francisco Topa

Fundação Eng. António de Almeida (1995. Composição e impressão: Gráfica Maiadouro). In-4º peq. de 525, [7] págs. Enc.

Conferências e comunicações de Óscar Lopes (de quem é o longo texto de apresentação pairando sobre o trabalho ficcional de V.F.), Lauro António, Beatriz Berrini, Robert Bréchon, Helena e Leonor Buescu, Nuno Júdice, Isabel Pires de Lima, Silvina Rodrigues Lopes, Eduardo Lourenço, Maria Alzira Seixo, etc.

Exemplar talvez por inaugurar, praticamente impecável.
 
20€

Vergílio Ferreira: uma semana de colóquios e de cinema

Vergílio Ferreira: uma semana de colóquios e de cinema, com exposição de primeiras edições, manuscritos, documentação bibliográfica, iconografia & recensões críticas // com a colaboração de: Eduardo Lourenço / Eduardo Prado Coelho / Fernando Pernes / Hélder Godinho / Ilídio Sardoeira / Joel Serrão / Lauro António / Liberto Cruz / Lúcia Lepecki / Maria Alzira Seixo / Maria da Glória Padrão / Óscar Lopes / Vasco Graça Moura / Yvette Centeno // de 28 de Maio a 4 de Junho de 1977 // Uma realização da Editorial Inova e do Ateneu Comercial do Porto

(Composto e impresso na «Gráfica Maiadouro»/Vila da Maia. Porto, Primavera de 1977). In-4º gr. de [32] págs. + desd. Br.

O catálogo, de boa composição gráfica dirigida por Armando Alves, reproduz excertos de textos diversos do escritor (e o fac-simile de um manuscrito seu), seguidos no final de um quadro sobre «Vergílio Ferreira e a crítica» (apreciações de Pinheiro Torres, Alfredo Margarido, Mourão-Ferreira, Eduardo Lourenço, Namora, Jacinto do Prado Coelho, João Gaspar Simões, Nelson de Matos, Óscar Lopes, etc.) e um outro de elenco dos «Principais elementos cronológicos» de sua vida. Como ilustrações, além das muitas fotogravuras – em que aparecem o autor de Aparição, familiares e conhecidos companheiros de letras e de artes –, são de destacar os trabalhos artísticos aqui avocados, da mão de, por exemplo, Bernardo Marques, Dórdio Gomes, Lima de Freitas e Júlio Resende.
 
15€