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Maximo Gorki ― Los Degenerados

Los Degenerados: El Matrimonio Orloff; Los Exhombres / traducción de Eusebio Heras

Barcelona: Casa Editorial Maucci, 1902. In-8º de 255, [1] págs. Enc.


Plausível primeira edição espanhola.

Exemplar da série com uma bonita encadernação do próprio editor, em percalina, gravada a ouro e a seco.

14€

Soljenitsin ― Os Direitos do Escritor

Os Direitos do Escritor (Tradução de T. C. Netto)

Brasília Editora, Porto. [S/d]. In-8º de 114, [4] págs. Br.

“Este livro é um libelo contra a imposição de directivas à criação literária, contra o cerceamento da expressão do pensamento e contra os atentados aos direitos básicos do escritor na sua dupla condição de homem e artista”, assim apresentava o editor a edição – que tem como principal interesse a entrevista que abre o volume, concedida ao escritor checo Pavel Lichko, e a transcrição das intervenções havidas na União dos Escritores Soviéticos que censurava este seu mais ilustre membro; além de cartas várias do escritor.

Exemplar por estrear.

8€ 

Soljenitsin ― Como Reordenar a nossa Rússia?

Como Reordenar a nossa Rússia?  (Reflexões na medida das minhas forças)

edição Livros do Brasil, Lisboa (1991). In-8º de 145, [15] págs. Br.

Edição portuguesa publicada na colecção «Vida e Cultura» logo um ano após a original, de 1990 - em pleno rescaldo da «Perestroika», que justifica este conjunto de textos divagando sobre ciência política, a história concreta do regime soviético e propostas de organização político-social para os tempos que se seguiriam.
Exemplar por estrear.

7€ (reservado)

Antologia da Poesia Soviética

Antologia da Poesia Soviética (Tradução directa do russo, selecção, prefácio e notas de Manuel de Seabra)

Editorial Futura/Carlos & Reis, Lda. – Lisboa, 1973. In-8º quadrado de 247, [17] págs. Br.

Foram alguns dos antologiados (de todos apresentada no final «Informação Biobibliográfica») Mayakovsky, Ilya Ehrenburg, Akhmatova, Tsvetayeva, Pasternak, Olga Bergolts e Simonov. O prefácio de Seabra é uma pequena panorâmica da evolução do idioma e da literatura (e poesia, em particular) russa desde o séc.X.

Exemplar valorizado por dedicatória de oferta do tradutor/editor.
 
20€

Stepniak ― A Russia Subterranea (Traducção auctorisada)

Porto – Typ. Peninsular de Monteiro & Gonçalves em Com.ta (24-Rua de S. Chrispim-26 ou Rua dos Mercadores, 171) – 1903. In-8º gr. de 191 [aliás, 188] págs. Enc.
 
Esta «Edição do «Despertar»», impressa sobre papel de jornal e provavelmente clandestina, é raríssima (nunca antes a vira, nem conheço qualquer menção em catálogos de bibliotecas ou livrarias – apenas há registo de uma lisboeta, pela Castro & Irmão, em 1882); tendo por principal interesse os perfis que apresenta de revolucionários russos, vários deles já então condenados à morte e mortos.
 
Exemplar guarnecido de modesta encadernação em percalina verde, que não conservou – supondo que a houve – a capa de brochura.
 
15€

Jean Jacoby ― O Czar Nicolau II e a Revolução

O Czar Nicolau II e a Revolução (O reinado trágico do mais caluniado dos monarcas) / Tradução do Dr. Pinheiro Torres
 
Porto: Editora - Educação Nacional. (1933). In-8º de 364, [4] págs. Br.
 
Presumivelmente a primeira edição portuguesa (integrada na série «Os Grandes Estudos Históricos») deste tendencioso ou incipiente trabalho, publicado de origem em 1918, com os seguintes capítulos: «O Czar Nicolau II e o seu reinado», «A preparação da Revolução», «A queda do Império», «O cativeiro», «A tragédia de Ekaterinburgo», «A lenda». Apesar de tudo, apresenta alguns apontamentos de interesse.

Exemplar com marcas de acidez na capa.
 
6€

Étienne Buisson ― Les Bolchéviki (1917-1919)

Les Bolchéviki (1917-1919) / faits – documents – commentaires
 
Paris: Librairie Fischbacher – 1919. In-8º de XX, 235, [1] págs. Br.
 
Foi um dos primeiros trabalhos de fôlego a serem preparados ainda no rescaldo da revolução, com a desconfiança de base que era comum a quase todos, embora aqui mais rigorosa, menos preconcebida; e é sobretudo importante pelo exaustivo panorama que apresenta do quadro político-partidário russo, descrevendo cada uma das principais formações e as várias tendências de cada uma delas. 

Exemplar da edição original das várias já publicadas (este mesmo ano o livro voltou a sair em França).
 
25€

Marc Ferro ― A Revolução Russa de 1917

Publicações Dom Quixote (1972). In-8º de 153, [7] págs. Br.
 
“Marc Ferro foi o primeiro historiador ocidental autorizado a consultar livremente na U. R. S. S. os Arquivos da Revolução. Esta sua obra apresenta as conclusões que ele próprio expôs, a convite, ao Instituto de História da Academia das Ciências de Moscovo” em pleno consulado de Kruschev, naturalmente (década de 60).

Ferro dividiu o seu trabalho – muito pouco crítico; às vezes, mesmo cientificamente, quase ingénuo; e pouco conhecedor dos meandros político-partidários russos do entresséculo em causa – nas secções principais «A falência do antigo regime», «A queda do czarismo», «O novo regime e as aspirações da sociedade russa», «Primeiras decepções: a crise de Abril», «O fracasso da coligação», «A crise do Verão de 1917», «A kerenschina» e «Os bolcheviques tomam conta do Poder»; a que se seguem reproduções dos documentos, exposições hermenêuticas várias, cronologia e bibliografia, etc.
Algo mais do que uma curiosidade é o facto de o tradutor da edição original francesa (1967) para esta primeira portuguesa ter sido o poeta Ruy Belo.
 
10€

Pierre Croidys ― O Império dos Sem-Deus: romance de costumes soviéticos

O Império dos Sem-Deus: romance de costumes soviéticos (Ilustrações de Grand’Aigle / Primeiro prémio de romances em língua francesa no Concurso Internacional de romances sôbre o Bolchevismo / Tradução de Moraes Leal)

Lisboa, Livraria Bertrand. S/d [193_]. In-8º de 317, [3] págs. Enc.

Primeira edição portuguesa do livro, com a reprodução em folhas destacadas (não numeradas, mas contadas na paginação) das ilustrações de Grand’Aigle constantes da edição original. Encadernação da época, simples, sem capa de brochura. Exemplar em bom estado, não tendo qualquer defeito de relevo – salvo uma assinatura, a tinta, de anterior propriedade.
 
8€ 

Léon Leneman ― La tragédie des Juifs en U.R.S.S.

Desclee de Brouwer (1959). In-8º de 325, [3] págs. Br.
 
Escrito por um judeu que ao fugir da Alemanha nazi para a URSS acabou por logo ir parar na mesma a campos de trabalho forçado, o livro dedica capítulos a casos particulares como o de Ilya Ehrenbourg.
 
Exemplar mediano.
 
10€

URSS ― 50 Anos Depois

Publicações Dom Quixote. (1969). In-8º de 171, [5] págs. Br.

“Pouco mais de 50 anos decorreram já sobre a Revolução de Outubro de 1917 na Rússia czarista. Foram radicais as transformações operadas nesse país, que passou do subdesenvolvimento à situação de superpotência mundial”. O volume recolhe textos publicados em vários periódicos da imprensa internacional por Werth, Mikhailov (especialmente interessante, este, com dados curiosos acerca das geografias física e humana da União), Liberman, Victor Fay, Eliutine, Soljenitsine – «Carta ao Congresso dos Escritores Soviéticos», denunciando a Gravlit, a censura política a vária literatura do país (muitas vezes, incluindo perseguições pessoais, citados os casos de Akhmatova, Tsvetaieva, Pasternak e Grossman, entre outros), e o acovardamento da União dos Escritores perante ela –, P. J. Franceschini, Deutcher e Bernard Féron; de todos eles apresentando, no final, uma breve notícia biográfica. Integrado na série «cadernos d.quixote».

6€

A URSS vista pela sua própria imprensa

Lisboa, 1976/p&r, perspectivas & realidades. In-8º de 181, [3] págs. Br.

O livro – dividido pelas secções «Trabalho», «Segurança Social», «Justiça», «Educação», «Agricultura» e «Política» – é apresentado por um lúcido prefácio de José Martins Garcia (apontava baterias “para o fiasco do empreendimento soviético, para o seu contributo às formas de escravização do Homem”, denunciando a “«sociedade sem classes» onde existe um partido todo-poderoso, senhor da energia nuclear, da máquina informativa, do planeamento económico e das pastilhas culturais a serem ministradas ao povo”) e pelo «Esclarecimento dos Tradutores» (Francisco Ferreira, o «Chico da CUF», e Maria Martinez Llistó), que afirmavam: “os materiais contidos no presente revelam a realidade soviética autêntica. Os jornais soviéticos não exageram. São insuspeitos no caso. E dizem o menos que podem dizer; o máximo que a severa «Glavlit», censura soviética, deixa passar. Apenas uma gota da verdade”.

5€

Francisco Ferreira ― 26 anos na União Soviética

26 anos na União Soviética: notas de exílio do «Chico da C.U.F.»

edições afrodite / fernando ribeiro de mello (1976). In-8º de 332, [12] págs. Br.

Uma nota editorial logo na abertura indicava terem sido já publicados desde Janeiro quase 30.000 exemplares do livro, a que se somariam os 10.000 desta quinta tiragem (em Abril); o que, a ser verdade, terá constituído um dos maiores casos de sucesso comercial da Afrodite. Capa, como habitualmente, de Henrique Manuel e prefácio de José Augusto Seabra – que contava alguns pormenores biográficos sobre o amigo, o modo como se conheceram e estreitaram relações na Rússia e até as aptidões literárias que via no que fôra já seu co-tradutor dos livros de Soljenitsin. De resto, o volume reproduz documentos vários e interessa sobretudo ao conhecimento (crítico...) da ex-União e de alguns episódios do clandestino P.C.P., quase sempre envolvendo o também exilado na U.R.S.S. Álvaro Cunhal.
 
10€

Jean-Paul Sarte ― El Fantasma de Stalin

El Fantasma de Stalin (Traducción del francés por Hugo Peñas)

Santiago Rueda – Editor, Buenos Aires. (1958). In-8º de 147, [5] págs. Br.

A edição original saíra em França um ano antes, na sequência da invasão da Hungria pelo Exército Vermelho que deu mote a este longo e digressivo ensaio – escrito por um apaniguado, e por isso não muito veemente, mas ainda assim acabando por condenar o ataque das tropas soviéticas “contra um país aliado (...) quando fazem os seus soldados, esses seres abstractos, atirar sobre operários que já não podem aguentar a sua miséria, quando, sem tomar em conta as exigências concretas da situação, decidem a sua acção em função das incidências que possam ocorrer em outro lugar, em outros países, (...) transformam o socialismo numa quimera e a U.R.S.S. numa nação predadora”.
Volume impresso sobre bom papel levemente avergoado, que o exemplar – apenas um tanto marcado na capa – conserva quase imaculado.
 
10€

Óscar Lopes ― Convite para a URSS

Editorial Inova / Porto. [S/d > 1972]. In-4º esguio de 101, [23] págs. Br.

Aos capítulos «Do Mito ao Real», «Moscovo: Impressões Iniciais e seu Desenvolvimento», «Moscovo: Perspectivas de Futuro», «Nível de Vida», «Cultura Popular», «Vida Editorial», «Escolas Soviéticas» e «Relances Finais» acrescem a resposta do autor ao questionário de Proust e uma relação da sua já longa bibliografia até à época, entre originais e traduções.
 
12€

Óscar Lopes ― Setembro na URSS

Setembro na URSS (1972-1974) / 2.ª edição

Editorial Inova/Porto. (1975). In-4º esguio de 138, [22] págs. Br.

Indicada esta como a segunda edição, é antes uma propriamente nova de «Convite para a URSS», publicada poucos anos antes pela mesma editora depois da primitiva viagem do autor à antiga União; explicando Óscar Lopes ter aqui actualizado e completado, após uma segunda viagem, esse livro inicial, acrescentando-lhe além disso todo um novo último capítulo («Setembro 1974: Diário Cruzado»). Capa e arranjo gráfico de Armando Alves, tendo aquela sido composta na Litografia Pátria e o volume impresso na Casa Nun’Álvares.
 
7€

«A Literatura e o Mal» vs. A Política e o Mal

" (...) O desvio entre Dostoiewski e os marxistas é devido a uma consideração diferente do que é o mal. Para os marxistas o mal é a usurária, ou seja a burguesia. Dostoiewski, tendo primeiramente aceitado esta tese, repudia-a e chega à conclusão cristã de que o mal não é tanto a usurária quanto o meio usado, isto é, a violência. Este mal de Dostoiewski, no romance, não é somente representado pela morte violenta da usurária, mas também e sobretudo pela outra, da inocente e piedosa Lizaveta, irmã da usurária, que Raskolnikov mata, para suprimir uma testemunha do seu crime. Afinal, para os marxistas, na realidade o mal não existe desde que se trate unicamente de um mal social que pode ser liquidado com a revolução. Em vez disso, para Dostoiewski o mal existe como facto individual no coração de cada homem e exprime-se exactamente nos meios violentos dos quais se serve a revolução. Os marxistas lavam com a justificação histórica e social mesmo as consciências mais negras, Dostoiewski nega esta lavagem e afirma a existência inalienável do mal.
Assistimos portanto na U.R.S.S., de há noventa anos para cá [sic], a uma espécie de match entre Dostoiewski e Marx. O primeiro round foi ganho por Dostoiewski na medida em que escreveu uma obra-prima; o segundo por Marx, pelo facto de as suas teorias terem desencadeado uma revolução; mas o terceiro round parece ter sido ganho por Dostoiewski; o mal expulso pela janela pelo marxismo reentrou em torrente na U.R.S.S. pela porta do estalinismo, ou seja, dos meios usados pela revolução para se afirmar e se manter. E que coisa é, este mal? Disse-o Kruschev no seu discurso, assinalá-lo-ei mais brevemente: o mal na U.R.S.S. são as numerosas Lizavete, ou sejam, os numerosos inocentes torturados, aprisionados, mortos em nome da revolução e que agora são reabilitados, mas aos quais não se poderá jamais restituir a vida que lhes foi arrancada. O mal, em conclusão, é a dor, a imensa quantidade de dor que submergiu a Rússia nos últimos cinquenta anos. (...)"
(Alberto Moravia, Um Mês na U.R.S.S.)
 
Notas:
a) Não foi pela porta do estalinismo que o mal descrito por Moravia entrou/reentrou. Sabemos hoje que já tinha entrado antes
b, mais interessante) Moravia era comunista.

Eugénio de Andrade, o Amigo mais Íntimo do Sol: Fotobiografia

Eugénio de Andrade, o Amigo mais Íntimo do Sol: Fotobiografia (Apresentação de Luís Miguel Nava e Ángel Crespo / Coordenação de José da Cruz Santos / Direcção Gráfica de Armando Alves)

Fundação Eugénio de Andrade / Campo das Letras. (Fotolito, impressão e acabamento: Inova / Artes Gráficas. 1998). In-4º gr. de 204, [20] págs. Enc.

Esta abundante recolha foto e iconográfica é acompanhada de textos diversos e dispersos do próprio Eugénio de Andrade seleccionados em justaposição. Quanto ao longo estudo preliminar de Nava, acerca da lírica do biografado, data naturalmente de muito antes e creio que fôra já publicado em 1987 em edição independente - mas, por lacuna ou propositada omissão, essa proveniência nem aparece indicada.
 
Exemplar da série encadernada pelo editor em tela com sobrecapa de papel; por estrear.
 
30€